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ABDOME AGUDO EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA: ETIOLOGIA, COMORBIDADES E SEVERIDADE DE 1.523 PACIENTES

RESUMO

RACIONAL:

As características clínicas e os desfechos dos pacientes internados na unidade de terapia intensiva devido ao abdômen agudo são importantes serem investigados.

OBJETIVOS:

Avaliar os desfechos de indivíduos gravemente doentes com abdômen agudo de acordo com etiologia, gravidade e comorbidade.

MÉTODOS:

Os desfechos de 1.523 pacientes (878 mulheres, média de idade 66±18 anos) que foram previamente admitidos em uma unidade de terapia intensiva especializada em doenças gastrointestinais, com diferentes causas de abdômen agudo entre janeiro de 2012 e dezembro de 2019, foram avaliados retrospectivamente segundo etiologia, comorbidade e gravidade.

RESULTADOS:

As causas mais comuns de abdômen agudo foram obstrutivas e inflamatórias, com destaque para obstrução em colon (27%), em intestino delgado (18%) e pancreatite aguda (17%). A mortalidade geral foi de 13%. A cirurgia foi necessária em 34%. A média de permanência no hospital foi de 9 [1-101] dias. Na análise univariada a mortalidade foi significativamente associada à idade, APACHE II, índice de comorbidade de Charlson, necessidade de abordagem cirúrgica e presença de malignidade (p<0,0001), mas apenas APACHE II, índice de comorbidade de Charlson e intervenção cirúrgica permaneceram significativos na análise multivariada.

CONCLUSÕES:

Pacientes internados na unidade de terapia intensiva com abdômen agudo constituem um grupo heterogêneo de indivíduos com prognóstico diferente. A mortalidade está mais relacionada com a gravidade da doença, comorbidade e necessidade de cirurgia do que com a etiologia do abdome agudo.

DESCRITORES:
Abdome agudo; Unidades de terapia intensiva; Cuidados críticos; APACHE; Comorbidade; Mortalidade

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