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DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL ENTRE PANCREATITE AGUDA BILIAR E NÃO BILIAR: QUAL A IMPORTÂNCIA DOS TESTES LABORATORIAIS?

RESUMO

RACIONAL:

O diagnóstico diferencial dos fatores causais da pancreatite aguda é fundamental para seu seguimento clínico, tornando-se relevante estabelecer critérios laboratoriais que elucidem a diferença entre as causas biliares e não biliares.

OBJETIVOS:

Estabelecer critérios baseados em testes laboratoriais para o diagnóstico diferencial entre pancreatite aguda de causa biliar e não biliar e identificar testes laboratoriais com sensibilidade suficiente para propor a criação de um algoritmo de diagnóstico diferencial entre as causas.

MÉTODO:

Análise observacional, com delineamento transversal, de exames laboratoriais de dois grupos de pacientes com pancreatite aguda: A — causa não biliar; e B — causa biliar. Foram investigados: hematócrito, número de leucócitos, lactato desidrogenase, glicose, lipase, amilase, bilirrubina total, transaminase oxalacética, transaminase pirúvica, gamaglutamiltransferase e fosfatase alcalina. Os dados foram submetidos a testes não paramétricos e ao receiver operating characteristic.

RESULTADOS:

Os valores de hematócrito, número de leucócitos, lactato desidrogenase e glicose não apresentaram diferença significante entre os grupos (p>0.1). Os valores de lipase, amilase, bilirrubina total, transaminase oxalacética, transaminase pirúvica, gamaglutamiltransferase e fosfatase alcalina apresentaram diferença significante entre os grupos (p<0.05), sendo que os testes de transaminase oxalacética, transaminase pirúvica e fosfatase alcalina mostraram-se os mais sensíveis na determinação da causa biliar, possibilitando o estabelecimento de um ponto de corte pelo teste receiver operating characteristic, a partir do qual a probabilidade de acerto aumenta: transaminase pirúvica: 123,0 U/L (sensibilidade: 69,2%; especificidade: 81,5%), transaminase oxalacética: 123,5 U/L (sensibilidade: 57,3%; especificidade: 78,8%) e fosfatase alcalina: 126,5 U/L (sensibilidade: 66,1%; especificidade: 69,4%).

CONCLUSÃO:

Foi possível estabelecer critérios baseados em testes laboratoriais para o diagnóstico diferencial entre pancreatite aguda de origem biliar e não biliar, porém, os testes não mostraram sensibilidade suficiente para propor a criação de um algoritmo de diagnóstico diferencial entre as mesmas causas.

DESCRITORES:
Pancreatite; Diagnóstico Diferencial; Bioquímica

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