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Sucessão vegetal em uma floresta da Encosta Inferior do Nordeste da Serra Geral, Rio Grande do Sul, e os paleoambientes do Holoceno, Sul do Brasil

O estudo de sucessão vegetal permite obter informações sobre a dinâmica da vegetação de uma região e, portanto, compreender melhor os ecossistemas da atualidade e suas tendências naturais. Com este objetivo foi feito um estudo de sucessão vegetal, com base em Palinologia, em um perfil sedimentar do interior de uma floresta paludosa, porção baixa da Encosta Inferior do Nordeste da Serra Geral, Rio Grande do Sul. As amostras foram tratadas com HCl, HF, KOH e acetólise e as lâminas montadas em gelatina-glicerinada. Para cada amostra foi contado um número mínimo de 500 grãos de pólen + esporos de pteridófitos e briófitos, com uma contagem paralela dos demais palinomorfos. Os programas Tilia e Tilia Graph foram usados na confecção dos diagramas de porcentagem e concentração. Foram obtidas três datações por 14C. Os resultados apontam um corpo lacustre no começo do Holoceno (± 9.800 anos AP), que dá origem a um pântano herbáceo por hidrossere. O início da primeira colonização do pântano por plantas arbóreas parece ter ocorrido há cerca de 8.800 anos AP, com a contribuição de espécies tropicais da Planície Costeira, através de uma migração leste-oeste. Segue uma fase seca, entre 7.000-5.000 anos AP, caracterizada por indicadores de campo seco. O segundo desenvolvimento florestal inicia há cerca de 5.000 anos AP, resultando na atual mata e na migração oeste-leste de espécies tropicais dos terrenos baixos mais interiorizados, como este, para a re-colonização da Planície Costeira, após a última regressão marinha.

Palinologia; paleoecologia; migração de plantas; Quaternário; América do Sul


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