A vegetação dos Campos rupestres brasileiros apresenta alta heterogeneidade luminosa, característica muitas vezes subestimada nos estudos que abordam par âmetros ecofisiológicos devido à dificuldade de se obter medidas precisas em um ambiente tão complexo. O principal objetivo deste trabalho foi descrever o quanto a distribuição de luz neste ambiente é heterogênea e tentar definir classes com relação à radiação fotossinteticamente ativa (PAR) para 30 indivíduos rupícolas de Bulbophyllum involutum. Os indivíduos foram marcados e inseridos em classes de luz visualmente predeterminadas ("sol", "meia sombra" e "sombra"). Uma vez determinadas estas classes e com o intuito tanto de se caracterizar o ambiente de luz quanto de validar a inclusão dos indivíduos em cada classe, foram realizadas análises de componentes principais, agrupamento e dispersão, utilizando-se medidas diretas e indiretas de PAR. O uso das análises multivariadas aumentou a precisão da delimitação das classes de luz previamente determinadas e alguns indivíduos das classes "sombra" e "meia sombra" precisaram ser reagrupados em outras classes. Após esta reclassificação, a amplitude de vari ância da PAR reduziu dentro de cada classe, aumentando a homogeneidade. Nossos resultados mostram a possibilidade de se avaliar o ambiente de luz de forma mais precisa na vegetação dos campos rupestres através de análises multivariadas, as quais permitem um aumento na precisão deste par âmetro como base para estudos de ecofisiologia.
Bulbophyllum involutum; habitat, heterogeneidade luminosa; análise multivariada; Orchidaceae; afloramentos rochosos
