Resumo Este artigo trata sobre o lugar dos valores familiares, das relações de parentesco e dos sentimentos de compaixão para com as vítimas na política. Sob a base da descrição de vários affaires públicos relativos aos familiares de desaparecidos políticos na Argentina, apresento o lugar chave que ocupam os laços de sangue e os valores familiares na conformação de uma representação política legitima. Se a reivindicação dos laços de sangue com as vítimas constituiu uma forma legitima de representação política desde o início da democracia, a partir dos últimos quatorze anos os sentimentos para com as vítimas fizeram seu ingresso ao Estado, fazendo possível que ele seja imaginado também como uma vítima. Analiso o valor destas disposições afetivas, o lugar chave dado ao sofrimento das vítimas na criação de formas de governamentalidade e o papel significativo que tem o Estado na distribuição desigual destes sentimentos de compaixão.
Abstract This paper is about the place of family values, kinship relations and feelings of compassion for victims in national public space. Setting out from a description of various public affairs concerning the relatives of disappeared in Argentina, I show the key role played by blood ties and family values in forming a legitimate political representation. While the claim of blood ties with victims had been instituted as a legitimate form of political representation ever since the return to democracy, over the last decade or so sentiments towards victims have become incorporated into the State, enabling the latter to be imagined as a victim too. Here I explore diverse assessments of these affective dispositions, the critical place attributed to suffering in forging forms of governmentality, and the significant role played by the State in the unequal distribution of feelings of compassion.
Resumen Este artículo trata sobre el valor de los valores familiares, las relaciones de parentesco y los sentimientos de compasión con las víctimas en la política contemporánea. Tomando como punto de partida el análisis de una serie de eventos públicos relacionados con los familiares de los desaparecidos en la Argentina, analizo el lugar central que ocupan los vínculos de sangre y los valores de la familia en la conformación de una representación política legítima. Mientras que la reivindicación de un vínculo de sangre con las víctimas se instituyó como una forma de representación política legítima desde el retorno a la democracia, a lo largo de la última década, los sentimientos de compasión hacia las víctimas hicieron su ingreso al Estado, haciendo posible que sea imaginado como una víctima. Analizo en este trabajo el valor de estas disposiciones afectivas, el lugar crítico que ocupa el sufrimiento de las víctimas en la creación de formas de governamentalidad y el papel significativo que tiene el Estado en la distribución desigual de sentimientos de compasión.