Resumo As provas com características somativas se constituem no instrumento predominante na avaliação escolar em Matemática. Depois de corrigidas, as provas são devolvidas aos alunos acrescidas de notas ou conceitos. Esses feedbacks avaliativos contribuem pouco para a aprendizagem dos estudantes. Por outro lado, as avaliações formativas caracterizadas por feedbacks mais voltados às aprendizagens parecem utópicas, distantes da realidade do professor. A falta de tempo, o currículo inchado, o desconhecimento de conceitos relacionados à avaliação formativa ou a ausência de autonomia profissional são barreiras para que o docente rompa a cultura do exame tão incorporada nos sistemas escolares. Este artigo é um recorte de uma tese de doutorado sobre avaliação formativa, em que se discute características do feedback formativo, apresentando um modo pragmático de avaliar formativamente. Para isso, foi realizada uma investigação com 51 profissionais e estudantes relacionados ao ensino de Matemática, que corrigiram, atribuíram notas e deram feedbacks para seis soluções distintas de uma mesma questão. Inicialmente, propomos uma distinção entre feedbacks formativos e feedbacks neutros, em seguida, investigamos a conexão entre a atribuição de notas e a qualidade do feedback dos professores. Os resultados nos permitem supor que transformar as provas escolares em avaliações com características mais formativas talvez não seja uma utopia.
Abstract The tests with summative characteristics are the predominant instrument in Mathematics’ school evaluation. After corrected, the tests are returned to the students with grades or concepts added. These evaluative feedbacks contribute little to students’ learning. On the other hand, formative assessments characterized by feedbacks more focused on learning, seem utopian, distant from the teacher's reality. The lack of time, the bloated curriculum, the lack of concepts related to a formative assessment or the absence of professional autonomy are barriers for the teacher to break the exam culture up, so incorporated in school systems. This article is an excerpt from a doctoral thesis on formative assessment, in which characteristics of formative feedback are discussed, presenting a pragmatic way of evaluating formatively. For this, an investigation was carried out with 51 professionals and students related to mathematics teaching, who corrected, assigned grades, and provided feedbacks for six different solutions to the same question. Initially, we propose a distinction between formative feedbacks and neutral feedbacks, then we investigate the connection between grading and the quality of feedback from teachers. This allows us to suppose that transforming school tests into evaluations with more formative characteristics may not be a utopia.