RESUMO Neste artigo, a autora discute a mudança qualitativa na pesquisa educacional de uma dependência histórica de quadros positivistas e pós-positivistas para uma proliferação de pesquisa situada dentro de um paradigma qualitativo interpretativista. Oferecendo uma perspectiva canadense, a autora situa a discussão da pesquisa qualitativa crítica em relação à crescente influência neoliberal em contextos educacionais e decisões políticas. Ela argumenta sobre a necessidade de pesquisadores educacionais conduzirem pesquisas qualitativas críticas para explorar as complexas questões que os educadores enfrentam para garantir que todos os alunos tenham acesso às experiências educacionais equitativas, não apenas àqueles estudantes que representam a maioria Canadense, brancos com padrões da classe média. A autora apresenta uma vertente de pesquisa qualitativa voltada para as experiências de estudantes negros, Indígenas e os com demais descriminações raciais para ilustrar a necessidade de uma pesquisa crítica que privilegie o conhecimento local e a experiência humana, levando em conta também as estruturas institucionais dominantes que moldam a experiência educacional. Embora reconheça o lugar da pesquisa quantitativa no domínio educacional, ela argumenta que a pesquisa qualitativa crítica é essencial para compreender as experiências de alunos marginalizados em contextos educacionais e para fornecer espaço para vozes não disponíveis no domínio quantitativo. A autora conclui que a pesquisa qualitativa crítica desempenha um papel importante na informação de novos rumos nas práticas e políticas educacionais que ajudarão a garantir uma educação socialmente justa para todos os alunos, independentemente de suas origens.

ABSTRACT In this paper, the author discusses the qualitative shift in educational research from a historical dependence on positivist and post-positivist frameworks to a proliferation of research situated within a qualitative, interpretivist paradigm. Offering a Canadian perspective, the author situates the discussion of critical qualitative research in relation to the growing neoliberal influence on educational contexts and policy decisions. She argues the need for educational researchers to conduct critical qualitative research to explore the complex issues that educators face to ensure that all students have access to equitable educational experiences, not only those students who represent the Canadian dominant white, middle-class norm. The author introduces a strand of qualitative research focused on the experiences of black, racialized and Indigenous students to illustrate the need for critical research that privileges local knowledge and human experience, while also taking into account the dominant institutional structures that shape educational experience. Although acknowledging the place of quantitative research in the educational domain, she argues that critical qualitative research is essential to understand the experiences of marginalized students in educational contexts and to provide space for voices not available in the quantitative domain. The author concludes that critical qualitative research has an important role to play in informing new directions in educational practices and policies that will help to ensure a socially just education for all students, regardless of backgrounds.