RESUMO Este trabalho propõe a convivência, na prática docente, de duas concepções conflitantes sobre aprendizagem. No debate teórico, suas matrizes se apresentam em dois paradigmas. Em um deles, compartilha-se a crença na possibilidade de se prever, em algum nível, os processos mentais que os indivíduos experimentam durante a aprendizagem. Nesse paradigma, há linhas articuladas em torno da concepção piagetiana de mudança conceitual e há pesquisadores, influenciados por Vygotsky, que propõem o que se chama de perfil conceitual. Um segundo paradigma opõe-se à possibilidade de antecipação do que se vai aprender em qualquer evento. Argumenta-se que a atividade humana é situada histórica e socialmente, sendo a aprendizagem de cada indivíduo singular e inapreensível. Avaliando o debate com base nos dados de nossa pesquisa, defendemos que mesmo perspectivas conflitantes podem ser incorporadas à atividade docente.
ABSTRACT This paper proposes the coexistence, in teaching practice, of two conflicting conceptions of learning. In the theoretical debate, their foundations are presented in two paradigms. In the first, the scholars believe in the possibility of predicting, at some level, the mental processes that individuals experience during learning. In this paradigm there are lines articulated around Piaget's conception of conceptual change and there are researchers, influenced by Vygotsky, who propose what is called conceptual profile. A second paradigm is opposed to the possibility of anticipation of what will be learnt in any event. One argues that human activity is situated historically and socially, and any individual's actual learning is inaccessible. Confronting the debate with data from our research, we argue that even conflicting perspectives can be incorporated into teaching activities.
RESUMEN En este trabajo se propone la convivencia de dos concepciones contrapuestas de aprendizaje en la práctica docente. En el debate teórico, sus matrices se presentan en dos paradigmas. En uno, se comparte la creencia en la posibilidad de predecir, en algún nivel, los procesos mentales que experimentan los individuos durante el aprendizaje. En tal paradigma se encuentran líneas articuladas alrededor de la concepción piagetiana de cambio conceptual, además de investigadores, influidos por Vygotsky, que proponen lo que se llama el perfil conceptual. Un segundo paradigma se opone a la posibilidad de anticipación de lo que se va a aprender en cualquier evento. Se argumenta que la actividad humana se sitúa histórica y socialmente, siendo el aprendizaje de cada individuo singular e inaprensible. Al evaluar el debate tomando por base datos de nuestra investigación, sostenemos que incluso perspectivas conflictivas pueden incorporarse a la actividad docente.