Resumo O presente artigo resulta de uma iniciativa exploratória de identificação dos conhecimentos prévios, da compreensão e das intuições de 47 estudantes de Engenharia acerca do comportamento dos preços de ações de empresas de diferentes setores econômicos. A proposta, realizada no início do semestre da disciplina de Economia para um curso de Engenharia, tinha como finalidade pedagógica identificar de que forma os estudantes projetam e, sobretudo, justificam o comportamento dos preços de ações utilizando (ou não) elementos de micro ou macroeconomia. Mais precisamente, à luz da teoria dos registros de representação semiótica, este trabalho dedica-se à interpretação de um fenômeno particularmente curioso identificado entre as descrições apresentadas pelos estudantes: o emprego da palavra constante (e suas derivações) para qualificar o comportamento de gráficos que, de fato, não são constantes na acepção literal e matemática do termo. Os resultados obtidos, quando comparados com a literatura anterior que identificou a tendência de estudantes de produzirem gráficos lineares, divergem por indicarem algo oposto, inclusive em função da natureza da atividade proposta. Os alunos não produziram gráficos lineares que aderissem às suas descrições textuais, indicando dificuldades de conceitualização e de coordenação de registros de representação semiótica distintos. Em contrapartida, quando os resultados são confrontados com estudos que identificaram uma tendência a simplificar ou suavizar gráficos, pôde-se constatar no presente estudo uma tendência à simplificação, flexibilização ou suavização conceitual e semântica da palavra constante.
Abstract This paper is the result of an exploratory initiative to identify previous knowledge, understanding, and intuitions of 47 engineering students about the stock price behavior of companies from different economic sectors. The activity, implemented at the beginning of the semester of Economics for an Engineering course, aimed to identify how students project and, above all, justify the behavior of stock prices using (or not) micro or macroeconomic elements. More precisely, using the theory of semiotic representation registers, this work is dedicated to the interpretation of a particularly curious phenomenon identified among the descriptions presented by students: the use of the word constant (and its derivations) to qualify the behavior of graphs that are in fact not constant in the literal and mathematical sense of the term. The results, when compared with the previous literature that identified the tendency of students to produce linear graphs, differ because they indicate something opposite, even due to the nature of the proposed activity. Students did not produce linear graphs that adhered to their textual descriptions, indicating difficulties in conceptualizing and coordinating distinct semiotic representation records. On the other hand, when the results are compared with studies that identified a tendency to simplify or smooth graphs, it was observed in the present study a tendency to simplify, flex or conceptual and semantic smoothing of the word constant.