O sistema educativo chileno encontra-se em crise em razão da desigualdade originada por uma privatização que levou à segregação, com a consequente exclusão dos estudantes de escassos recursos econômicos. No entanto, existe certo grau de consenso social relativo a melhorar a qualidade educativa no país. No presente artigo, discute-se criticamente a ideia de que a melhora da qualidade educativa nos estabelecimentos escolares é parte da solução da crise do sistema chileno e propõe-se, em sentido contrário, que a qualidade é parte do problema. Para desenvolver esse argumento, o artigo se estrutura ao redor de três proposições fundamentais: que a qualidade educativa é parte da privatização dos centros escolares; é parte da segregação que se produz entre eles; e é parte da exclusão que prejudica os alunos dos setores do país mais empobrecidos economicamente.
The chilean educational system is in crisis due to the inequality caused by privatization that led to segregation, with the exclusion of low-income students as a consequence. Nevertheless, there is a certain level of social consensus around the need to improve the quality of education in the country. This paper discusses critically the idea that the improvement of the education quality in schools is part of the solution to the crisis in the educational system. On the contrary, this quality is part of the problem. To develop this argument, the paper is structured around three main statements: that the quality of education is part of the privatization of schools, is part of the resulting segregation, and is part of the exclusion that harms the low-income students of the country.
El sistema educativo chileno se encuentra en crisis debido a la desigualdad originada por una privatización que ha conducido a la segregación, con la consiguiente exclusión de los estudiantes de escasos recursos económicos. No obstante, existe cierto grado de consenso social en lo referente a mejorar la calidad educativa en el país. En el presente artículo se discute críticamente esta idea de que la mejora de la calidad educativa en los establecimientos escolares es parte de la solución a la crisis del sistema chileno. Contrariamente a esa idea, se plantea que, en realidad, esta calidad es parte del problema. Para desarrollar este argumento, el artículo se estructura en torno a tres planteamientos fundamentales: que la calidad educativa es parte de la privatización de los centros escolares; es parte de la segregación que se produce entre ellos, y es parte de la exclusión que perjudica a los alumnos de los sectores más empobrecidos económicamente del país.