Resumo A primeira experiência açucareira sistemática no Brasil, no litoral vicentino, foi peculiar e breve. Ainda sem os entraves do monopólio, contando com cabedais flamengos e italianos, a configuração produtiva ensaiou seus primeiros passos, com uso de mão de obra escrava. Em cerca de 40 anos, porém, a produção declinou, ultrapassada pelos grandes negócios que impulsionaram o litoral nordestino. Restou uma economia quase anônima, cujo perfil das propriedades, dos proprietários e dos produtos é difícil de reconstituir. A partir da análise dos estudos sobre a propriedade da terra no Brasil, da historiografia sobre São Paulo Colonial e da implantação desse primeiro núcleo açucareiro, apresentam-se alguns resultados de uma pesquisa em curso, focada na identificação e no reconhecimento das Fazendas e Engenhos do Litoral Vicentino, para a construção de um atlas digital.
Abstract The first systematic sugar cultivation experiment in Brazil, on the coast of Sao Vicente (Sao Paulo), was peculiar and brief. Even without the obstacles of monopoly, it had Flemish and Italian support, the production setup rehearsed its first steps, with the use of slave labor. In about 40 years, however, production had declined, surpassed by the big businesses that migrated to the Northeastern coast. In Sao Vicente, an almost anonymous economy remained, whose profile of properties, owners and products is difficult to reconstitute. Based on the analysis of studies on land ownership in Brazil, the historiography on Colonial São Paulo and the implementation of this first sugar core, some results of an ongoing research, focused on the identification and recognition of Farms and Mills in the coast of Sao Vicente, are presented for the development of a digital atlas.